Mato Grosso tem o segundo caso de mormo em equino confirmado
19 de maio de 2014 – Atualizado em 19/05/2014 – 12:00am
Um novo caso positivo de mormo em equino foi confirmado esta semana em Mato Grosso. O animal doente é de uma propriedade de Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá. Testes feitos para cumprir protocolo para o trânsito de equinos acusaram a enfermidade. Eles participariam da tracional semana do cavalo pantaneiro.
Na quarta-feira (14) o resultado do exame feito em São Paulo por um dos laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi transmitido ao Instituto de Defesa Agropecuária (Indea). Um dia depois veterinários do órgão coletaram nova amostra de sangue do cavalo e que agora seguirá para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Recife (PE).
Ao Agrodebate, a presidente do Indea, Maria Auxiliadora Diniz, confirmou que, enquanto a investigação epidemiológica for realizada, a propriedade permancerá interditada e o animal isolado. Caso a nova análise acuse o mormo, o cavalo será sacrificado e os demais submetidos aos exames. É o que prevê a Instrução Normativa número 24 de 5 de abril de 2004, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O procedimento foi o mesmo adotado pelo órgão na última semana, quando uma égua de uma fazenda em Nova Lacerda, no sudoeste mato-grossense, também apresentou resultados positivos para a doença, confirmado pelo mesmo laboratório em São Paulo.
Como o animal não apresentou os sintomas clássicos do mormo (febre alta, tosse e secreção nasal, nódulos no nariz e pulmões ou mesmo feridas nos membros), mas apenas o resultado do teste de fixação de complemento, uma nova análise será feita, agora utilizando-se de outra técnica. O laboratório em Pernambuco deve avaliar a amostra pela técnica conhecida como Western blotting (WB).
A fixação de complemento é o teste que identifica o mormo e é um dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Detecta os anticorpos contra a doença no soro do animal. Mas, em muitos casos, é questionado por produtores.
Agora, o Indea espera a conclusão dois dois exames feitos no Lanagro.
Medidas em vigor
Desde a confirmação do primeiro caso de mormo em Mato Grosso, o órgão condicionou a realização de eventos agropecuários onde ocorram aglomeração de equídios à apresentação de atestado negativo para a enfermidade, além da Guia de Trânsito Animal (GTA).
O trânsito de animais para fora do Estado será permitido apenas mediante apresentação de diagnóstico comprovando a não existência da doença. As medidas de controle do mormo, com aplicação de restrição e interdição do trânsito de equídios constam já em portaria do Instituto de Defesa publicada na quinta-feira (08) em Diário Oficial do Estado.
A doença
O mormo é causado pela bactéria Burkholderia mallei e atinge os equídeos (cavalos, burros e mulas). De acordo com o Ministério da Agricultura, é uma doença de notificação imediata, incurável, letal, de potencial zoonótico e tem como principal via de infecção a digestiva, podendo ocorrer, também, por meio respiratório e cutâneo.
O período de incubação da doença varia de um a 14 dias.
Fonte G1 MT