CRMV/AL e Anclivepa/AL apoiam divulgação de Guia Educativo lançado pelo Neafa
24 de novembro de 2016 – Atualizado em 24/11/2016 – 12:00am
O presidente do CRMV/AL, Thiago Moraes esteve reunido, na última quinta-feira (17), na sede do Regional, com representantes do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (NEAFA). No encontro, que contou com a participação da representante da Anclivepa, Patrícia Magalhães, e do conselheiro e zootecnista do CCZ/Maceió, Samy Barros, foi apresentado o Guia Educativo “O Neafa Te Ensina a Cuidar”, publicação elaborada pela entidade.
Apresentado pela coordenadora Pallova Costa, pela responsável técnica Elizabeth Lima e pela médica veterinária Evelynne Marques, o Guia – resultado do levantamento de dados estatísticos e da realização de pesquisas científicas realizadas pela ONG nos anos de 2015 e 2016 – foi criado com a finalidade de ajudar as pessoas que convivem com cães e gatos, tendo como base as dúvidas externadas durante as consultas de seus amigos de estimação.
“Essa iniciativa é de grande importância, pois soma esforços à permanente preocupação dos profissionais que trabalham a Medicina Veterinária na perspectiva da saúde única, neste caso, com a atenção voltada tanto à saúde da população quanto ao bem-estar animal. Se o projeto for abraçado pelos órgãos responsáveis trará muitos benefícios a todos os envolvidos, por isso, procuraremos buscar o apoio do Conselho Federal para levá-lo à frente”, afirmou Moraes.
Contendo 67 páginas, o Guia Educativo procura esclarecer as necessidades básicas e fundamentais no convívio com felinos e caninos mantidos em contato com as pessoas, tendo sido elaborado a partir do entendimento do Neafa de que somente educando será possível alcançar uma convivência mais saudável entre os tutores e seus animais. O desafio do Neafa, no entanto, é garantir o apoio – principalmente entre os órgãos do município e do estado – para disseminar esse conteúdo, através da impressão e distribuição desse material junto à população, beneficiando a sociedade e os animais com o controle das zoonoses.
De acordo com os últimos dados publicados pelo IBGE, o Brasil tem um desafio para a classe Médica Veterinária com os quase 70 milhões de caninos e felinos identificados dentro dos domicílios do país. O número de pessoas que convive com estes animais é ainda maior, se forem incluídos os animais que são semi-domiciliados e errantes, que de algum modo também estão em contato com as pessoas. Não há outra maneira de garantir segurança em saúde humana, relacionada ao convívio com caninos e felinos, se não através da presença das orientações do profissional Médico Veterinário.
“O cidadão precisa de orientação, pois não compreende a importância dos cuidados básicos aos seus bichos de estimação e tende a negligenciar os riscos zoonóticos expostos à saúde dele. Disso resulta o adoecimento do animal, seu abandono na via pública, o não recolhimento das fezes do cachorro na calçada e a não administração de vermífugo e vacina, entre outras situações que trazem prejuízo ao animal, ao homem e também ao meio ambiente. Acreditamos que é o serviço público quem deve se preocupar com a inacessibilidade da maioria a esse tipo de informação. A saída é utilizar mecanismos de educação ambiental e entender que através do equilíbrio em saúde atinge-se inclusive o bem-estar animal”, reforça a veterinária e pesquisadora Evelynne Marques.
No Brasil, há dados científicos estatísticos que apresentam o comportamento das pessoas com estes animais em várias cidades e estados, porém Alagoas ainda não havia sido incluída nessa descrição. Entre os principais dados coletados na capital alagoana relacionados à população estão: 83% mulheres e 17% homens criadores desses animais; a maioria, 89,25%, com nível escolar médio e renda média de seis salários mínimos; 64,75% tinham idosos e 35,25% possuem crianças na residência;
Já com relação aos animais: 64,75% eram felinos e 35,25% caninos; 74,5% alimentados com ração; 44,75% não vacinados; 34,25% não vermifugados; 45,5% não combate ectoparasitas; 96% não tem rotina ao veterinário; 19,75% não podem pagar consulta; 40,5% e 14,75% não sabem importância de vermifugar e vacinar; 13,75% dormem na cama dos donos; 41,25% passeiam livres na via pública.
Com a publicação, o Neafa procura também evidenciar, pela primeira vez, os modos de criação de cães e gatos da população em Maceió (AL), feitos com baixos níveis de cuidados e compreensão, expondo-as ao risco zoonótico e necessitando de medidas sanitárias educativas que leve informação do veterinário às pessoas, principalmente onde ocorra doação, venda e consultas de animais, a exemplo de feiras, abrigos, CCZ, canis e gatis comerciais e lojas.
Ampliando a parceria nesse sentido, o zootecnista Samy Barros se dispôs a apresentar o projeto à Coordenação do CCZ de Maceió e discutir possibilidades para a impressão do material. E compartilhando desse esforço coletivo, a representante da Anclivepa, Patrícia Magalhães, se prontificou a abrir espaço por meio da entidade para que sejam realizadas palestras voltadas para estudantes e técnicos relacionadas à publicação do Neafa.