Reabastecimento de Alimentos Pós-Greve
30 de maio de 2018 – Atualizado em 30/05/2018 – 12:00am
* Dr. Paulo Fernando Wianês Fonseca Duarte / Dr. Andreey Teles
A saúde é compreendida como o estado completo de bem estar físico, mental e social do ser humano, e não somente a ausência de doenças como foi afirmado por muito tempo. Considerando ainda que os conceitos de saúde e de doença são analisados em sua evolução histórica e em seu relacionamento com o contexto cultural, social, político e econômico é indispensável que façamos um alerta à população com relação à situação social e política vivida nos últimos dias pelo advento da greve dos caminhoneiros.
Durante este período de quase dez dias, muitos estabelecimentos que comercializam alimentos foram desabastecidos e ficaram, quase que em sua totalidade, sem estoques suficientes para suprir a demanda da população.
Como a paralisação englobou principalmente transportes de cargas, vários deles estavam carregados no momento em que aderiram ao movimento, colocando em risco a integridade de muitos produtos, especialmente aqueles destinados à alimentação humana.
No rol de alimentos que estiverem parados durante os protestos, elencamos dois grandes grupos principais: os perecíveis e os não perecíveis. Como produtos perecíveis tem-se os vegetais; leite e derivados; carne e derivados; peixes; camarão e alguns alimentos já prontos para o consumo, dentre outros. Os produtos vegetais, embalados ou não, deverão ser armazenados sob refrigeração, devidamente acomodados em recipientes específicos, assim como as carnes e frios em geral.
Todavia, durante o movimento grevista, nem sempre as condições permitiram que as exigências de acondicionamento fossem atendidas, causando enormes perdas pelo comprometimento da qualidade e integridade de tais alimentos, o que representa enormes riscos à saúde da população.
Dessa forma e, preocupados com a integridade da saúde da população, a comissão regional de saúde pública veterinária do CRMV-AL elencou alguns pontos importantes no momento da aquisição de alimentos, especialmente nessa época de reabastecimento dos estoques:
– Observar sinais de descongelamento de produtos ou de gôndolas (locais de armazenamento desse de mercadorias refrigeradas). Em sendo averiguadas partes amolecidas de produtos congelados, bem como presença de líquido congelado no interior da embalagem, sem ser parte integrante do produto, recomenda-se que o consumidor não adquira o produto, devendo fazer uma reclamação;
– Conferir a coloração, odor e viscosidade de produtos resfriados;
– Alimentos enlatados deverão ser verificados quanto ao estufamento da embalagem, rotulagem (rótulo íntegro, com data de validade, fabricação e lote legíveis). Se a embalagem estiver estufada ou amassada, recuse o produto;
– Sorvetes não deverão estar compactados, pois a massa é cremosa (aerada). Caso esteja compactada é sinal de que houve descongelamento do produto;
– Alimentos como massas e pães de queijo, batatas para fritar, dentre outros, podem apresentar crescimento de fungos e, até mesmo, ficarem com aspecto esfarelado. Nesses casos, recuse a aquisição do produto;
– Sendo constatada a comercialização de produtos impróprios para o consumo humano, por apresentar características visuais ou sensoriais (cor, odor, textura) alteradas, o consumidor deverá procurar a gerência do estabelecimento (açougues, supermercados, mercados de bairros, peixarias, etc.) ou a vigilância sanitária, caso o problema ao seja solucionado de imediato.
* Dr. Paulo Fernando Wianês Fonseca Duarte
Médico Veterinário – CRMV 01120-AL
Fiscal de Vigilância Sanitária – SMS Cacimbinhas/AL
Presidente da Comissão Regional de Saúde Pública Veterinária
* Dr. Andreey Teles
Médico Veterinário – CRMV 00645-AL
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária da UNINASSAU – João Pessoa – PB