CRSPV reforça orientações preventivas sobre a Raiva
7 de agosto de 2020 – Atualizado em 07/08/2020 – 4:38pm
Em razão da ocorrência de dois casos de raiva humana no país – nos municípios de Angra dos Reis (RJ) e Riacho dos Cavalos (PB) – divulgados no mês de julho e que culminaram em óbitos, a Comissão Regional de Saúde Pública Veterinária (CRSPV) do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV-AL) vem intensificando o alerta junto à população, para aos cuidados necessários a serem adotados a fim de se evitar a contaminação e o surgimento de casos da doença em Alagoas.
A iniciativa da Comissão tem como finalidade reforçar as orientações repassadas pela Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/AL), por meio da Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis, que, em Nota Informativa (nº 28/2020), fez um breve relato das ocorrências e indicou as medidas a serem adotadas por gestores e técnicos municipais no tocante às ações de vigilância de situações risco, de casos suspeitos em animais e pessoas e de assistência a pacientes potencialmente expostos ao vírus da Raiva.
O médico veterinário Victor Carnaúba, conselheiro e membro da CRSPV, explica que a Raiva é uma doença causada por vírus que acomete animais domésticos e errantes (cães e gatos), de grande porte (bois e cavalos) e silvestres (macacos, micos, morcegos, raposas, etc), sendo transmitida ao homem através do contato direto da saliva do animal infectado com a mucosa ou pele lesionada por mordida, arranhão ou lambedura.
“A Raiva humana é considerada uma doença extremamente grave por afetar diretamente o Sistema Nervoso Central, podendo levar à morte rapidamente. Daí a necessidade da adoção de cuidados preventivos permanentes”, explica Carnaúba, informando que a nota da Sesau destaca que o último caso registrado da doença em Alagoas, ocorreu em 2006, no município de Porto de Pedras.
Dr. Victor ressalta que a medida mais eficaz para prevenir a Raiva animal e, consequentemente, a Raiva humana, é a vacinação periódica dos animais. Outras estratégias, no entanto, também são complementares para evitar a contaminação, como podemos ver a seguir:
- Caso a pessoa não tenha informação sobre o animal que apresente sintomas da doença, deve evitar manuseá-lo, pois todo cuidado é pouco;
- Se morar próximo a áreas onde há animais silvestres habitualmente, evite o contato e o manuseio, principalmente se estiverem caídos no chão;
- Não manuseie animais errantes, especialmente, se estiverem comendo, dormindo ou próximos às suas crias.
De acordo com o médico veterinário, os cuidados preventivos se estendem também aos animais de grande porte, que também costumam ser afetados pela doença quando atacados nas propriedades por animais infectados, como morcegos. Para eles, quatro medidas são essenciais:
- Realizar a vacinação antirrábica do rebanho uma vez ao ano;
- Identificar dos locais onde os morcegos podem estar abrigados na propriedade;
- Não colocar a mão na boca de um animal que pareça estar engasgado, para evitar o contato com a saliva;
- Notificar de imediato, caso o animal apresente sintomas relacionados à Raiva, para a realização de exames que comprovem o diagnóstico e otimizem a adoção das medidas cabíveis.
O Dr. Victor reforça ainda que as pessoas que venham a sofrer uma mordida de cão ou gato, agressão de um animal silvestre ou exposição a um animal de grande porte doente, também precisam de cuidados preventivos. A primeira delas, é lavar bem a lesão, com água e sabão e procurar uma unidade de saúde ou hospital de referência para que sejam dados os devidos encaminhamentos, com a profilaxia adequada.
Se for possível, é recomendável acompanhar o animal por cerca de 10 dias, para observar se ele apresenta alguma sintomalogia para a doença, pois isso servirá como um importante subsídio para a indicação de vacina/soro+vacina como medida imediata.
“Observando os cuidados necessários e vacinando periodicamente os animais, será possível prevenir os casos em animais e, consequentemente, nos humanos. A CRSPV se coloca à disposição da população para qualquer esclarecimento ou orientação”, afirmou Carnaúba.
Em caso de dúvidas ou informações complementares, entrar em contato com a Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis (3315-1151), com a Área Técnica de Vigilância das Zoonoses – Assessoria em Vetores e Fatores Ambientais (3315-3774/3315-1669) ou através dos e-mails: atzoonosesal@gmail.com e avetsesau.al@gmail.com.
Ascom CRMV-AL