No Dia da Avicultura, CFMV destaca a importância da atividade
2 de setembro de 2020 – Atualizado em 02/09/2020 – 12:03am
A avicultura é caracterizada como a produção de frangos, galinhas, perus, patos e seus derivados, seja para consumo próprio ou comercialização.
Neste ano, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que a produção brasileira de frango alcançará a marca de 13,7 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 0,8% frente ao ano anterior. As exportações do setor também devem crescer em patamares equivalentes, entre 3% e 5%, alcançando até 4,45 milhões de toneladas, prevê a associação.
No acumulado do ano, as vendas do setor se mantiveram positivas em 1,7%, com 2,106 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e junho deste ano, contra 2,072 milhões de toneladas em 2019. O mercado asiático foi o principal destino das exportações brasileiras – chegaram a importar 837,3 mil toneladas no primeiro semestre, número 15% maior que o efetivado no mesmo período de 2019. Principal destino, as vendas para o mercado chinês seguem positivas, com alta de 32% e embarques de 346,3 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020.
Membro do Fórum Paulista do Agronegócio e da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, o médico-veterinário Ariel Antônio Mendes explica que o Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro exportador mundial de carne de aves, vendendo para mais de 150 mercados. Além de carne, o país é um grande exportador de material genético avícola e tem um bom potencial para seguir o mesmo caminho no caso da exportação de ovos”, afirma Ariel.
O médico-veterinário também afirma ser inegável a posição de importância da avicultura para a economia do país. Isso porque países da Ásia, Oriente Médio e Europa são os principais mercados do Brasil e as perspectivas para os próximos anos são promissoras, devido à migração do campo para as cidades, principalmente, na Ásia – o que poderá aumentar a demanda por alimentos nos próximos anos.
“O Brasil será responsável pelo fornecimento de 40% da maior demanda por carne de aves que ocorrerá no futuro próximo, em decorrência da urbanização e do aumento do poder aquisitivo da população nos países asiáticos e africanos”, estima Mendes.
Atualmente, além de números, valorizam-se a qualidade de vida e o bem-estar do animal de abate, bem como práticas sustentáveis. Carne de aves e ovos oriundos de sistemas sustentáveis (agroecológico, orgânico, caipira, certificação de bem-estar animal, certificação de produtos sem antibióticos e promotores de crescimento e outros sistemas alternativos) vêm se tornando demanda de mercado.
Mendes também considera que a carne de aves brasileira possui um status sanitário perante os consumidores e não sofre nenhum tipo de restrição religiosa. Com isso, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de aves abatidas segundo os preceitos halal, destinado a um número expressivo de membros da comunidade muçulmana no Oriente Médio.
Outro fator importante para o sucesso dos produtos avícolas brasileiros, conforme o médico-veterinário, é a qualidade sanitária dos produtos. “Nunca tivemos influenza aviária no país e a produção se dá com sustentabilidade, sob rigorosos cuidados de biosseguridade nas granjas e normas de bem-estar-animal e ambientais que são referência para o mundo. No abatedouro, são aplicados dezenas de programas de qualidade, auditados pelos auditores fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de inúmeras missões de países importadores e certificadoras nacionais e internacionais”, registra.
Mendes menciona, ainda, a importância do avicultor brasileiro, que é a base dessa importante cadeia produtiva. “Sem ele, seria impossível atingir os níveis de produtividade da avicultura brasileira, que são os melhores do mundo”, informa.
Ele destaca serem os avicultores que realizam investimentos nas granjas para equipá-las com equipamentos de última geração e para aplicar novas tecnologias de produção, a fim de obter o máximo rendimento do potencial genético das aves, cada vez mais exigentes em condições de ambiente e manejo. “O resultado dessa dedicação se transforma em renda para sustentar famílias e permite que uma pequena propriedade rural seja rentável, evitando que deixem a zona rural em busca de empregos na cidade, o que no Brasil faz uma grande diferença em termos de qualidade de vida”, diz Mendes.
O Instituto Certified Humane Brasil é uma instituição sem fins lucrativos que certifica produtos, atestando o bem-estar do animal voltado para o abate, por exemplo. Criação livre de confinamento de movimento e de uso de promotores de crescimento, com moradia adequada e abate humanizado são algumas das práticas que buscam produzir uma avicultura mais consciente.
A zootecnista Manuela Silva Libânio Tosto, integrante da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal (Cobea/CFMV), considera que o avanço nas técnicas de produção da avicultura industrial no Brasil é bastante nítido, principalmente a partir da década de 1970. “O melhoramento genético, a precisão na nutrição, a melhoria na condição sanitária e a preocupação com o ambiente de criação foram pontos que contribuíram para a atual colocação do Brasil como o maior exportador de carne de aves do mundo”, explica.
Segundo a zootecnista, atualmente, em função da maior preocupação da sociedade e do mercado consumidor com as condições de bem-estar em que os animais são mantidos, enfatiza-se a necessidade da adoção de novos sistemas de criação, nos quais se busca reduzir os níveis de estresse, promover o conforto e a possibilidade das aves expressarem seu comportamento natural, permitindo elevar o grau de bem-estar na produção de aves tanto no âmbito mental quanto no físico e natural. Outro conceito recente é o de avicultura sustentável, que consiste em um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que não comprometa as gerações futuras e, entre outras características, busca a utilização consciente da água e solo.
Celebração – 28 de agosto
No dia de hoje, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) parabeniza todos os envolvidos nessa cadeia produtiva, principalmente os médicos-veterinários e zootecnistas que, mesmo em meio à pandemia, cresce em números, eficiência e qualidade.
Fontes:
Ariel Antônio Mendes: médico-veterinário, membro do Fórum Paulista do Agronegócio e da Academia Brasileira de Medicina Veterinária
Manuela Silva Libânio Tosto: zootecnista, professora adjunta IV da Universidade Federal da Bahia, campus Ondina, Salvador (BA) e integrante da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal (Cobea/CFMV).
Saiba mais:
Covid-19: O que o avicultor precisa saber
Assessoria de Comunicação do CFMV, com informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)